A arte de ensinar e interpretar em libras.

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Participação de entrevista no site da Faculdade Metodista

04/09/2007

 Mesmo com a internet, livros ainda influenciam as pessoas

Diferente de outras épocas, os livros não encontram barreiras religiosas, sociais e raciais

Desde que a escrita foi inventada, a humanidade tem a preocupação de transmitir sua cultura e valores por meio das letras. De pinturas rupestres nas pedras até a internet, o legado de costumes antigos e atuais são disseminados para o conhecimento e uso de todos. E os grandes personagens desta história são os livros. Muitos deles existem para levar o homem a refletir sobre sua vida e mudar conceitos que estavam arraigados no seu íntimo, atingindo tanto intelectuais, quanto pessoas que nem completaram o ensino fundamental.

Para Rafaela Sessenta, estudante de Pedagogia e intérprete de Libras, o livro que marcou sua vida foi o ‘Monge Executivo’. “Ele dá uma outra conotação ao amor, não de sentimento, mas sim de comportamento”, explicou. A estudante, que é protestante, recomenda o livro ‘O maior psicólogo de todos os tempos – Jesus, a Sabedoria de alma’ e a ‘Bíblia’. “A Palavra de Deus muda a nossa vida e nosso comportamento a cada dia. Devemos amar o próximo, como Jesus nos ensinou”, aconselhou.

O jornalista Heródoto Barbeiro, âncora da rádio CBN e apresentador do Jornal da TV Cultura de São Paulo, encontrou nos livros refúgio espiritual para um problema grave de saúde. Heródoto, que é budista, aplicou os conceitos da religião oriental para superar uma obstrução da artéria do coração que quase o levou a morte. “Conheço há trinta anos o livro Textos Budistas e Zen Budistas, escrito pelo professor Ricardo Gonçalves. Foram os primeiros textos sobre o assunto publicados no Brasil”, afirmou.

Além de leitor, Heródoto Barbeiro também é escritor. Um dos seus livros “Liberdade de Expressão”, foi escrito em parceria com os jornalistas Carlos Heitor Cony e Artur Xexéu.

O volume é homônimo a um quadro apresentado durante a semana na rádio CBN por Heródoto. O livro é uma continuidade do programa da rádio e discute temas atuais sobre o que acontece no Brasil e no mundo.

O poder dos livros atinge todas as áreas do conhecimento, inclusive o científico. Para o biomédico Flávio Buratti, professor da Universidade Metodista de São Paulo, o livro ‘Na Margem do Rio Piedra eu Sentei e Chorei’, de Paulo Coelho, marcou uma mudança em sua vida. “O livro fala sobre a parábola dos talentos de Jesus e como resgatar a inocência de uma criança em cada um de nós”, afirmou Buratti. Segundo ele, a história de um peregrino que queria buscar algo pessoal o inspirou a viajar sozinho, algo que ainda não havia feito.

No interior da Bahia, uma senhora de 73 anos escreve versos e prosas para a comunidade em que vive. Edmunda Mendes não tem ensino superior, mas começou a escrever poesias aos sete anos de idade. “Não passo um dia sequer sem escrever”, afirmou a escritora, que estudou até o quarto ano do ensino fundamental.

Com muita dificuldade e uma certa repressão do primeiro marido, Edmunda tem mudado a cara da cidade de Jequié (BA) com suas histórias. Nascida em Jabaquara (BA), o livro que marcou sua vida foi ‘Como era verde o meu vale’, de Richard Lewellyn. O volume conta a história de uma cidade pequena e de uma família pobre. “O enredo é de uma moça que se torna uma grande escritora. Na infância, ela não tinha dinheiro para comprar papel”, explicou Edmunda.

A escritora está ampliando sua casa para criar uma biblioteca comunitária. Com dinheiro guardado e a ajuda dos filhos, o empreendimento está a pleno vapor. O sentimento de divulgar a leitura em sua cidade é tanto que distribuiu cem livros entre amigos e conhecidos do bairro. “Quando vejo um jovem com ar de estudante na rua, dou um livro meu de presente. Se a pessoa quiser, pode ir a minha casa receber um autógrafo”, conta Edmunda.

A biblioteca de Edmunda Mendes aceita doações de livros. Para o envio de livros ou periódicos, o endereço é Rua Antônio Jacobino de Brito, 294, Bairro Joaquim Romão – CEP 45200- 150 - Jequié – Bahia

Osmar Pereira

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