A arte de ensinar e interpretar em libras.

Publicações

Itaú Cultural homenagea a Rafaella Sessenta no dia do Surdo

26/09/2016

No mês de Setembro comemoramos o "Setembro Azul", é um período de várias comemorações, encontros, baladas, eventos importantes da Comunidade Surda. O Itaú Cultural nos procurou para entrevista a Rafaella Sessenta sobre a tradução artistica que é pioneira nesta modalidade no país. Agradecemos pela participação a todos do Itaú Cultural e em especial a Amanda Rigamonti. 

Veja na integra 
 http://albumitaucultural.org.br/notas/dia-nacional-do-surdo/

Confira:

Rafaella Sessenta é pedagoga e formada em interpretação em Libras. Para levar a música a pessoas surdas, ela faz um trabalho que chama de interpretação artística. Sua equipe tem hoje dez profissionais.

Para exemplificar o trabalho, ela conta: “Eu estava traduzindo palestras e, quando começou o show, eu me descolei do meu corpo para encarnar o outro. Então, se a pessoa fala palavrão, ou algo muito íntimo, eu faço isso com uma facilidade grande porque eu encarno a pessoa mesmo, como se fosse ela falando. É uma facilidade que tenho por ter crescido no meio artístico. Fui exposta a esses lugares que me deram essa formação de entender a arte de forma não só de olhar e observar, mas de interpretar. Consigo me despir daquilo para entrar na arte e viver naquele momento”.

Ela também faz interpretação em shows de stand up, quando em vez de usar a técnica do sinal traduzido encena o que é dito, utilizando outros recursos tradutórios. Sobre a preparação, Rafaella diz que não costuma acompanhar ensaios: “Penso que a coisa tem de ser muito intensa, verdadeira, por isso não gosto de ver os ensaios”, completa. Diz que costuma receber os textos do espetáculo antes, com algumas referências e vídeos: “Cada show é único, cada vez o artista se comporta de uma forma. Então eu gosto de ler o texto e ver um pouco só para ter noção”.

Ela aborda os avanços da acessibilidade na cultura: “Vejo um avanço muito grande porque normalmente o surdo tem de selecionar aonde vai, onde tem Libras e tal. Penso que ele tem de ser igual a nós, se quer ir, ele vai, com Libras e legenda para ele. E vejo que os surdos hoje estão saindo mais de suas casas”.

Rafaella finaliza dizendo que tem amor pelo trabalho que faz, e que não vê o surdo como pessoa com deficiência, nem como diferente, e sim como alguém que se comunica de outra maneira, e que quando aprendemos sua língua conseguimos nos comunicar com ele. 

Compartilhe: